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pintura abstrata

Não Meças o teu Valor pela Bitola de Quem Não Te Vê!

Atualizado: 12 de mar.


Nos últimos anos, muitas datas comemorativas tornaram-se meros pretextos para promoções e celebrações superficiais, afastando-se da sua verdadeira essência. O Dia Internacional da Mulher não é exceção. É claro que há espaço para flores e mensagens bonitas - e precisamos mesmo de reconhecer e agradecer o papel das mulheres que tiveram impacto na nossa vida! Mas - é preciso dizê-lo também - não esqueçamos que esta data nasceu da luta por direitos, dignidade e igualdade.


Mais do que um dia de celebração, o dia 8 de março é um convite à reflexão: sobre os desafios que tantas mulheres enfrentaram no passado para que hoje possamos ter voz, e sobre os obstáculos que ainda persistem. É um momento para reconhecer avanços, mas também para lembrar que ainda há muito a fazer. Porque ser mulher, em 2025, continua a ser um ato de coragem e resistência.


Hoje, trago-vos um tema com que, nos programas da Menssana e também na vida, me confronto frequentemente: mulheres maravilhosas, capazes, inteligentes, sensíveis, que não conseguem reconhecer o seu próprio valor. A verdade é que, ao longo da sua vida, foram integrando mensagens do tipo: "Não és capaz", "Não és suficientemente boa", "Não vais conseguir".


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Quando estas mensagens surgem de pessoas que nos são significativas, nomeadamente na nossa infância [quando ainda não temos outras referências] o mais natural é mesmo que lhes demos importância, a ponto de se transformarem na nossa voz interior: "Não sou capaz", "Não sou suficientemente boa", "Não vou conseguir". Estas palavras tornam-se sementes que se plantam nos nossos corações, fazendo-nos acreditar que não temos valor, que somos frágeis, que as nossas ambições são sonhos inalcançáveis. E, à medida que crescemos e chegamos à idade adulta, quando ouvimos frases destas por parte dos nossos parceiros, familiares, colegas ou até chefes, é fácil acreditarmos nelas pois confirmam o nosso autoconceito.


É importante termos consciência que essas palavras, essas críticas, essas vozes de desvalorização não vêm de um lugar de sabedoria, nem de uma compreensão profunda do que significa ser mulher. Vêm de pessoas que, muitas vezes, não têm as ferramentas para reconhecer e valorizar o que há de único e imenso em cada mulher. Vêm de um lugar de insegurança, de medo e de ignorância, de total falta de empatia, de, muitas vezes, de total falta de amor. Aqueles que não conseguem ver o brilho de uma mulher, não sabem o que significa brilhar. E, assim, em vez de apoiarem, preferem menorizar, maltratar, anular (e, nem sempre, com a consciência de que o estão a fazer).


A verdadeira tragédia é que muitas mulheres "compram", efetivamente, estas narrativas. Acreditam que se não forem reconhecidas, se não forem aprovadas, se não receberem os "likes", então não são suficientes. Começam a medir-se pela régua daqueles que as desvalorizam, e não pela sua própria grandeza. E o sofrimento é profundo, porque, ao fazerem isso, esquecem-se do seu próprio poder. Esquecem que a sua força não está na validação pelo outro, mas na sua própria essência. Esquecem que carregam em si a capacidade de transformar o mundo à sua volta. Porque, por natureza, as mulheres são feitas de sonhos, de coragem, de compaixão e de sabedoria. Elas são as curadoras, as criadoras, as líderes.


É urgente que nós, mulheres, nos lembremos de quem somos. É urgente que reconheçamos que o que nos torna poderosas não é a aprovação pelos outros, mas a nossa capacidade de nos erguermos, de nos reconstruirmos, de acreditarmos no nosso potencial.


Tomemos também consciência de que há certamente pessoas neste mundo que são capazes de ver, aceitar, respeitar e até celebrar a nossa singularidade, o nosso brlho, o nosso valor. E que o nosso caminho não tem que ser solitário.


É hora de acordarmos para tudo o que habita em cada uma de nós - conscientes de que vivermos sem pedir desculpa por sermos quem somos, e afirmarmo-nos autenticamente no mundo, são atos revolucionários e fundamentais para a construção de um mundo mais humano, mais saudável, mais feliz.



Proposta de Reflexão:


Tira um momento para pensar nas vozes que ecoam dentro de ti. Há palavras que carregas e que, de alguma forma, te têm limitado? Consegues identificar de onde vieram essas mensagens? Foram ditas por alguém que verdadeiramente te conhecia e te compreendia, ou eram apenas projeções das próprias inseguranças dessa pessoa?


Agora, vira a pergunta para dentro: Como falas contigo própria? A tua voz interior é encorajadora ou crítica? Se fosse uma amiga a ouvir os teus pensamentos, sentir-se-ia acolhida ou diminuída?


Lembra-te das palavras de Eleanor Roosevelt: "Ninguém pode fazer-te sentir inferior sem o teu consentimento". Será que, sem te aperceberes, tens estado dado esse consentimento?



Proposta de Prática:


  1. Reescreve a tua narrativa. Pega numa folha de papel e escreve todas as frases negativas que já ouviste sobre ti e que, de alguma forma, te marcaram. Depois, ao lado de cada uma, reescreve-as de forma afirmativa e poderosa.

    • Exemplo: “Não és capaz” → “Sou totalmente capaz e estou sempre a aprender.”


  2. Afirma-te diariamente. Escolhe uma das novas frases e repete-a para ti mesma todos os dias. Diz-a ao espelho, escreve-a num post-it, usa-a como lembrete no telemóvel. Substituir padrões de pensamento leva tempo, mas começa com a intenção e a repetição.


  3. Cerca-te de quem te valoriza. Observa as pessoas com quem convives. Quem te faz sentir mais forte e quem te diminui? Se necessário, faz ajustes. O teu ambiente influencia a tua autoperceção mais do que imaginas.


  4. Dá espaço à tua voz. Compromete-te a expressar-te de forma mais autêntica – seja numa conversa, numa decisão, ou até na forma como te posicionas no mundo. Pequenos passos criam grandes mudanças.



Por fim, deixa-me lançar-te um desafio: Escreve uma carta para a mulher que eras há cinco anos. O que gostarias que ela soubesse sobre a sua força, o seu valor e o seu potencial? Depois, lê essa carta e percebe que essa mulher ainda vive em ti – e que agora tens o poder de a validar e de a guiar para um caminho de maior liberdade e autoconfiança.


Lembra-te: a tua luz não depende da validação de ninguém. E quanto mais a reconheces, mais ela ilumina o mundo. ✨

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