Jane Goodall (1934 – 2025): Uma vida dedicada a dar voz à Terra
- Natacha Soares Ribeiro

- 2 de out.
- 2 min de leitura
Ontem o nosso planeta despediu-se de uma das suas maiores defensoras: Jane Goodall. Partiu aos 91 anos, deixando-nos um legado incomensurável de ciência, compaixão e ativismo em defesa da vida.

Um percurso de coragem, humildade e visão
Aos 26 anos, em 1960, Jane partiu para a Tanzânia, com poucos recursos e sem o peso de títulos académicos, para estudar chimpanzés no Parque Nacional de Gombe. O que começou como um sonho improvável tornou-se numa revolução na forma como olhamos para os nossos parentes mais próximos do reino animal.
Ao contrário dos métodos científicos convencionais da época, frios e distantes, Jane aproximou-se com paciência, respeito e empatia. Deu nomes aos chimpanzés, em vez de números. Reconheceu personalidades únicas, documentou relações sociais, comportamentos de cooperação, demonstrações de afeto e até o uso de ferramentas. Revelou ao mundo que não somos assim tão diferentes.
Ao longo da sua vida, foi muito mais do que primatóloga. Percebeu cedo que proteger os chimpanzés significava também proteger os seus habitats e as comunidades humanas que com eles coabitavam. Daí nasceu o Jane Goodall Institute e, mais tarde, o programa Roots & Shoots, que empodera jovens em todo o mundo a agir localmente pela preservação da vida.
Jane foi incompreendida muitas vezes. Chamaram-lhe idealista, criticaram a sua metodologia, duvidaram da sua credibilidade científica. Mas ela manteve-se firme. E, com a serenidade que lhe era própria, mostrou que ciência e compaixão não são inimigas, mas complementares.
O que Jane nos deixa como referência
O exemplo de Jane Goodall ecoa muito além da Biologia ou da conservação ambiental. É uma inspiração transversal, que nos convida a refletir sobre os nossos próprios caminhos:
A importância da interdependência: Jane mostrou que tudo está ligado — a saúde dos ecossistemas, o bem-estar das espécies e o futuro das gerações humanas.
A coragem de fazer escolhas diferente: caminhou contra correntes dominantes, acreditou na intuição e manteve-se fiel ao que sentia ser verdadeiro.
Transformar emoção em ação: do amor profundo pelos chimpanzés e pela Terra, fez nascer campanhas, programas de educação e mudanças concretas.
Olhar atento novas gerações: apostou sempre nos jovens, semeando esperança e responsabilidade no coração de quem herda o futuro.
O Legado
Jane Goodall deixa-nos uma herança imensa: a certeza de que cada gesto conta, de que cada um de nós pode ser agente de mudança, e de que nunca é tarde para agir.
Esta frase dela ressoa profundamente em nós, equipa Menssana:

Que a sua partida nos lembre da urgência de continuarmos o que ela começou — com consciência, com coragem e com a confiança tranquila de que a soma de pequenas ações transforma o mundo.
🙏🌍 Obrigada, Jane Goodall.







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